sábado, 26 de abril de 2008

Edes Di Oliveira


O primeiro espetáculo que ele assistiu foi O Sapateiro do Rei, no antigo SESI do Cabo em 1979. Espetáculo foi montado pelo TAC ( Teatro Amador do Cabo ) onde seu irmão Edinaldo de Oliveira participava do elenco. Dez anos depois, numa homenagem a este mesmo espetáculo, lá estava ele, só que desta vez atuando, junto com seus três irmãos Ednilson Oliveira e Edson Oliveira no elenco e Edinaldo Oliveira na Direção.Estamos falando de Edes de Oliveira, Ator e Diretor, nosso entrevistado deste mês.Suas participações no teatro foram muitas, começando pela MOCASPE, com diversas atuações e premiações, alias foi justamente nesta mostra de teatro, legitimamente Agostiniana, que Edes de Oliveira se deu ao prazer de experimentar, como ator e diretor.Atualmente, ele participa do Espetáculo A cegonha Boa de Bico, em Arcoverde/PE, que já lhe rendeu o premio de MELHOR ATOR, no Festival Janeiro de Grandes Espetáculos em Recife/PE, este ano.




Como começou sua historia com o teatro?
Meu inicio no teatro, vou começar em 1979 eu tinha apenas 7 anos e meu irmão mais velho Ednaldo, participava do espetáculo do TAC - Teatro de amadores do Cabo “O Sapateiro do Rei” foi o primeiro espetáculo que eu vi, achei muito legal, só não tinha muito o que pensar já que era a primeira vez e era muito novo, então em 82 Ednaldo e Francisco montaram o Grupo da Gente “GRUDAGE” de inicio meu outro irmão Edinilson entrou no grupo, Ednaldo não gostou muito, depois outro irmão Edson, Ednaldo e Edinilson não gostarão, e depois em 89 eu entrei, e Ednaldo, Ednilson e Edson não gostarão, foi muita resistência dos irmão mas eu tava afim mesmo, então montamos pelo GRUDAGE “O Sapateiro do rei” em comemoração aos dez anos da montagem anterior, hoje só Edinilson que é produtor e eu continuamos nessa árdua caminhadas nas artes Cênicas.



Que trabalho foi o mais marcante que você participou?
Todos marcam nossa caminha, e o da vez, por estar nos consumindo no momento e nossas atenções estão voltadas para ele, mas destaco todos que participei, cada um teve a importância devida, “O Sapateiro do Rei” (GRUDAGE) minha estréia, os primeiros festivais, O Enigma de Cid (GRUDAGE), meu primeiro prêmio de Ator, foi em Arcoverde no FESTARC, As Bestas (Cia Théspis de Repertório), teve um particular, meu primeiro espetáculo adulto, viajamos muito com esse espetáculo, ficamos 5 anos apresentando, meu primeiro prêmio Ator adulto em Anápolis GO. Folgazões e Foliões, Foliões e Folgazões (Mamulengo Só Riso), Quadrilha, Um romance sertanejo (Troupernas de Pau e Teatro), Nas Voragens do Pecado (GRUDAGE) e hoje “Cegonha Boa de Bico” (Troupe Espantalho) que estreamos em outubro de 2006 participamos agora do Janeiro de Grandes Espetáculos ganhamos 5 premio entre eles eu como Ator infantil.


Onde você esta trabalhando hoje?
Depois de muita peleja no Cabo de Santo Agostinho, vim fazer um trabalho em Arcoverde cidade que já vinha paquerando há muito tempo, onde já tinha feito alguns trabalhos, todos espetáculo que participei já se apresentaram aqui, nesse tempo abriu vaga para professor de teatro no SESC unidade Arcoverde, fiz a seleção passei e estou aqui vai fazer três anos.


Porque a saída da sua cidade? Os motivos???
Vários, acho que o mais forte foi a relação que nós artistas, principalmente artistas que querem realmente viver de sua arte de sua PROFISSÃO, a relação com o governo municipal estava gastada, alias muito desgastada, com isso a relação do movimento cultural também fica desgastada, justamente o que nossos governantes querem a desestabilização do movimento dos grupos e das pessoas, LOGO PORQUE O CABO NUNCA TEVE UM GOVERNO DIGNO, tudo é balela, as pessoas que se envolvem nas administrações públicas só querem seu salário no final do mês, e o resto é resto, esta ai o mercadão que não me deixa mentir. Diante disso tudo fui procurar novos horizontes e achei.


MOCASPE (mostra Cabense de Sketes e Poesia Encenada) de quantas você participou?
Conta tua historia neste festival local. Participei de quase todos, de início relutei um pouco, achava que não era o modelo propicio para o movimento, não participei do primeiro, mas fui lá comprovar, o primeiro foi um dos mais fracos, mas sai encantado e fissura em fazer alguma coisa no próximo, e no segundo estava eu lá com três, um com Adão Veras (Folhas Rasgadas) outra eu e Flávio Alves (O Mendigo ou o Cão Morto) e (Meu Psicanalista se parece comigo) com Totô Santos e Adonis D’iordigues e Múcio Vilela fez a coreografia, foi um dos Sketes que mais gostei de fazer, marcou muito, a forma que ele foi concebido foi muito legal, ganhamos destaque de 1º Espetáculo, Direção. Outros também, poderia destacar (Apareceu a Margarida) (Trindade) (Abortai) (Anjos) e por ultimo no 10º MOCASPE (Plenos Pecados) com Jaciara Marques (Destaque Atriz) e (Plenos Pecados) que se destacou com quase todos os outros Prêmios.


Qual foi ou é a importância desse festival para o município do Cabo de Santo Agostinho?
Para cidade, parece não ser nada, mas muito significativo para o público que lotava as cansadas dependências do Teatro Barreto Jr. Que vibrava na premiação como se fosse o Oscar do Teatro Cabense, e que até hoje ainda cobra a mostra quando nos encontra. E muito significativo para os artistas que participavam sabendo aproveitar a oportunidade, ganhar era sim um incentivo, mas o mais importante eram as experiências que aconteciam naquele teatro que quase não da pra acontecer nada, mas o que se via era coisas absurdas, como conseguíamos aquelas proezas, aquelas transformações, parece inacreditável, até mesmo de um Skete pra outro o que se via era realmente uma transformação, destaque para Luiz de Lima Navarro que sabia fazer isso com maestria, Jailson Vidigal, Edson Oliveira.


Fala sobre o espetáculo “Cegonha Boa de Bico” da Troupe Espantalho.
A Cegonha tem sido um presente na minha existência, foi muito difícil a construção, pessoas novas, grupo novo, problemas novos e soluções novas, passamos um bom tempo estudando o texto, música, fazendo oficinas de circo, foi uma grande preparação, porque também não tínhamos dinheiro para produção, então mandamos para FUNARTE, FUNCULTURA, primeiro a funarte não saiu, decepção mais depois sai funcultura e funarte tínhamos ficado com suplente e saiu também, mandamos Caravana também da Funarte e ganhamos também, fizemos estréia e temporada em Arcoverde, Janeiro de Grandes Espetáculo, ganhamos cinco prêmios o melhor ator infantil pra mim, estamos em temporada no Recife (Armazém 14) e estamos percorrendo quatro cidades da Paraíba e Rio Grande do Norte, e esperando novas propostas. É um espetáculo muito bonito, a platéia tem adorado, muitos elogios, todos precisam ver.


Alguma apresentação para o sul ou sudeste do país?
Infelizmente até agora não, mas quem sabe????


Como foi crescer no meio de irmãos talentosos como os seus e qual foi sua influencia em casa?
Uma loucura, primeiro eles não queriam que eu fizesse teatro, tentaram horrores e não conseguiram, depois já estávamos juntos na estrada, com O Sapateiro éramos os três no elenco e Ednaldo dirigindo, depois em O Enigma de Cid usávamos o mesmo figurino a mesma maquiagem era uma loucura pra distingui quem era quem, e ainda depois nos Fenatecas da vida e Mocaspes, foi muito legal, e hoje ta melhor ainda.


Qual a diferença do movimento teatral do cabo de santo Agostinho e o de Arcoverde?
Acho que nenhuma, a maior diferença é que talvez a distancia da Capital, e Arcoverde se tratar de uma cidade pequena.


Fala de algumas das suas direções no teatro?
Pra falar em direção, tem que falar em Mocaspe, que não são espetáculos, são sketes, mas dentre elas, gosto muito de TRINDADE, acho muito provocante e particular aquele modo de encenação, e o melhor de tudo foi ter ganho o destaque do júri popular, achei o dez, quando dirigia jamais pensava, que o povo ia gostar, entender, ou talvez não entenderam e fizeram de conta pra não passar por burro! Era muito surreal, aquela mulher se desmanchando no palco, o parto a morte do filho, até hoje não admito não ter ganhado direção e ator naquela Mocaspe, acho a maior injustiça da mostra, gostei muito do Meu Psicanalista se Parece comigo, porque foi construído em conjunto, Eu, Múcio, Adornis e Totô, foi bem diferente e emocionante, isso entre outros, em espetáculo Nas Voragens do Pecado, mim provou que tudo pode e que já posso dirigir sem medo de ser feliz.


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