sábado, 4 de outubro de 2008

Manuel Pereira de Araújo.


Manuel Pereira de Araújo, você conhece ou já ouviu falar dele?Você sabe o que ele representou para música nordestina?Amigo, se você gosta de musica, e não tem respostas para as perguntas acima, só justifica dizer que o povo brasileiro realmente não tem memória.Ainda mais agora, que as rádios comercias, que são mais escutadas do Recife, sofrem de diarréia mental, levando assim, as rádios ditas como comunitária, que não tem essência a tocarem essa #!%#$*&, que assola nossa querida terra Pernambucana.Então, como escutar ou relembra um ser tão importante como Manezinho?


Manezinho Araújo, nome artístico desse Agostiniano, é a aprova que não temos memória cultural nenhuma, principalmente o povo de Pernambuco, e de sua cidade natal o município do CABO DE SANTO AGOSTINHO. Figurinha carimbada das décadas de 30, 40 e 50 onde foi o primeiro agravar uma embolada. Foi pintor, locutor, jornalista, cantador de embolada e compositor, tudo no seu tempo e na hora certa. Ainda teve tempo de ser administrador de um dos maiores restaurante de comida nordestina do Brasil, o Cabeça Chata, onde na sua inauguração ficou uma semana formando-se fila para entrar. Neste lugar, passaram pessoas importantes como Presidente da Republica ao nortista mais simples. Manezinho Araújo Faleceu em São Paulo em 1993.


Filho da GREAT WESTERN. Manezinho Araújo, era filho de Joventina Pereira de Araújo e de José Brasilino de Araújo, um funcionário que trabalhou durante quarenta anos na ESTRADA DE FERRO pela companhia Great Western, que é a segunda mais antiga do país e foi inaugurada por Dom Pedro II na antiga vila do Cabo no ano de 1858.Agora desfrutem um pouco da História deste filho de nossa cidade, através da leitura extraída das crônicas de Mário Souto Maior.


Crônica:


Manuel Pereira de Araújo, artisticamente conhecido como Manezinho Araújo, nasceu no dia 27 de setembro de 1910 na cidade do Cabo, Pernambuco. Quando jovem, fazia o Curso de Comércio. Foi em Casa Amarela, subúrbio do Recife, que aprendeu a embolar com Severino de Figueiredo Carneiro - Minona (1902-1936) - um dos primeiros divulgadores desse gênero musical sertanejo.Quando rebentou a revolução de 1930, Manezinho Araújo viajou com um contingente do Exército. Quando o navio já se aproximava do Rio de janeiro a revolução terminou com a vitória dos liberais. Mas a tropa seguiu até seu destino. Naquela época Manezinho Araújo já era conhecido como cantor de embolada por seus companheiros de farda. Na volta da tropa para o Recife também viajavam no mesmo navio alguns artistas famosos, entre os quais Carmen Miranda, Almirante, Josué de Barros e outros. Foi, então, organizado um show a bordo e Manezinho Araújo dele também tomou parte, por insistência de seus companheiros de farda. E a participação do desconhecido cantor foi um verdadeiro sucesso; todos gostaram de suas emboladas, gênero musical pouco conhecido. 0 sucesso foi tão grande. Que Josué de Barros prometeu lançá-lo no mundo artístico da então capital do paísTrês anos após, incentivado por seu mestre Minona e amigos, Manezinho Araújo foi tentar a vida no Rio de Janeiro, onde, em novembro de 1933, gravou, em selo Odeon, seu primeiro RPM que tinha de um lado A Minha prantaforma e, do outro, Se eu fosse interventô, duas emboladas de sua autoria, procurando satirizar a política e os políticos da época.


Com o sucesso de seu primeiro disco abriram-se as portas para o jovem cantor pernambucano e vieram outras gravações como Pra onde vai, Valente?, embolada motivada por sua ,ida, como soldado, para a Cidade Maravilhosa durante a revolução de 1930:


Pra onde vai, valente?

Vou pra linha de frente,

Tava na feiraC'a pistola e um cravinote 0 muleque deu um pinote Me chamou mode brigá.

Pego no meu punhá Enfio a faca,

o sangue pula Moleque você não bula Com Mané do Arraiá.

Veio um sordadoC'um boné arrevirado Com dois oio abuticado Que só cachorro do má.

Botou-me a mão Home, me disse, você tá preso E eu fiquei c'um braço teso Na cara lhe quis passá.

Pra vadiá Eu sou caboco bom na briga

Mas só gosto da intriga Quando encontro especiá.

Dedo do Cão Moleque bom no gatilho Se coçou,

eu vi o brilho Atirou pra me pegá.

Ele me atira Eu me abaixo e a bala passa

E fico achando graça Do baque que a bala dá.

Pra onde vai, valente? Vou pra linha de frente.


Todas as composições de Manezinho Araújo, notadamente as emboladas. continuavam a fazer sucesso. Seus discos eram muito vendidos em todo o país e sua música caiu na boca do povo, como também aconteceu com Cuma é o nome dele? e o Caminhão do Coroné.


E Manezinho Araújo, da noite para o dia, passou a ser um cantor popular. Tão popular que em 1936 participou de um filme de Julien Mandel, Maria Bonita, cantando suas emboladas. Sabe-se até que ele foi o primeiro artista brasileiro a gravar jingles no Brasil, como o do sabonete Ufebuoy. E o óleo de Peroba patrocinou algumas de suas numerosas excursões e programas nas difusoras do país.Dando continuidade a esse sucesso tão marcante, Manezinho Araújo prosseguiu sua carreira artística cantando e gravando toadas, cocos e notadamente emboladas, sua especialidade, chegando a ser considerado como Rei da Embotada.A verdade é que depois do sucesso de Manezinho Araújo cantando e gravando suas emboladas e de outros parceiros, alguns compositores passaram também a compor emboladas, gênero musical que exige, do cantor, muito ritmo e fôlego, que nunca faltavam no cantor pernambucano.Nos meados da década de 1950, "a música nordestina passou a ceder lugar a novos ritmos, muitos deles importados. Desapontado com o ambiente artístico e pressentindo o fim de uma época, Manezinho Araújo despediu-se de seu público em 1954. Num espetáculo no Tijuca Tênis clube, lotou o auditório com 15 mil pessoas. Com a renda resultante, montou no Rio um restaurante, o Cabeça Chata, que manteve aberto até 1962, quando se transferiu para São Paulo (2). Em 1960 revelou-se um criativo pintor primitivo. Como proprietário do Cabeça Chata -talvez o primeiro ou um dos primeiros restaurantes a divulgar a culinária regional nordestina - e como pintor primitivo, Manezinho Araújo, desligado da música, continuou a divulgar as comidas e a paisagem social nordestina de Pernambuco, sua terra natal, cantada em Sodade de Pernambuco:


Ai, sodadeEu vou ficar maluco.Ai, sodadeMe leva pra Pernambuco.Quando eu vim de lá do NorteAtrás de vida mió,As moça de PernambucoChoraram de Fazê dó,Dizendo todas: Coitado0 Mané vai dormir só.


No seu programa Gente e Coisas do Nordeste, o escritor, jornalista e radialista paraibano Assis Ângelo, através das ondas da Rádio Atual AM de São Paulo, num programa que foi ao ar no dia 21 de maio de 1995, divulgou uma entrevista que fez com Manezinho Araújo há alguns anos passados ' , entrevista na qual o Rei da Embolada conta um pouco de sua vida, ressaltando a mágoa que tem de sua terra, mágoa que retratou numa composição sua que nunca foi gravada:


Ai, PernambucoTu não te lembras de mim.Que foi que fiz, Pernambuco,Pra me tratares assim.Cantando a minha emboladaFiz versos em teu louvorNão fui candidato -a nadaNão iludi eleitor.0 analfabeto sou euQue analfabeta badernaE a culpa não é só minhaAi, Pernambuco, é mais de quem governa.Se em vez de emboladaFizesse um partido novoSujeito a marmeladaInclusive roubando o povo.Ai, Pernambuco Tu não te lembras de mim.Que foi que fiz, Pernambuco,Pra me tratares assim...


Na referida entrevista Manezinho Araújo contou que quando visitou a Bahia foi recebido 'com festa e quando chegou ao Recife ninguém lhe procurou. E o Rei da Embotada morreu com essa mágoa no peito.Será que ainda está em.tempo de Pernambuco resgatar o valor da arte e o trabalho de Manezinho Araújo, dando-lhe o nome de uma rua(tão bom que fosse em Casa Amarela ... ) ou de uma escola? E a cidade do Cabo também não tinha o dever de prestar uma homenagem ao filho que tanto honrou seu berço natal, divulgando a nossa música e a gostosura de nossa culinária, mostrando em suas telas a paisagem humana, as frutas e as coisas do Nordeste?Nesta estória eu me sinto como o beija-flor que, certa vez, vendo a floresta sendo destruída por um incêndio, batendo suas asinhas delicadas deu não sei quantas viagens trazendo, em seu bico, apenas gotinhas d'água para apagar o fogaréu. Foi quando o Leão, que é o Rei dos Animais, vendo a trabalheira do beija-flor, sorriu e falou:- Você não está vendo, beija-flor, que as gotinhas d'água que você traz no seu bico não são capazes de apagar o incêndio que está destruindo a nossa floresta?- Eu sei, meu rei. As gotinhas d'água não são capazes de apagar o incêndio da floresta. Eu estou fazendo apenas a minha parte, o que posso fazer.E continuou o seu trabalho enquanto força teve.É o que estou fazendo, agora. Apenas a minha parte. 0 que posso fazer.


Pesquisas:

1. SANTOS, Alcino; BARBALHO, Grácio; SEVERIANO, Jairo e AZEVEDO M.A. de. Dicografia Brasileira/ 78 rpm (1902-1964). Rio de Janeiro, 1982.2. Nova História da Música Popular Brasileira: Manezinho Araújo e os nordestinos. São Paulo: Abril Cultural, 1979.3. ÂNGELO, Assis. Gente e Coisas do Nordeste. Programa radiofônico. Rádio Atual, São Paulo, 21 de maio de 1995 2. Fundação Joaquim Nabuco,3. www.soutomaior.eti.br/mario/paginas/cro_mane.htm/ /www.soutomaior.eti.br/mario/paginas/msm _prc.htm

sábado, 10 de maio de 2008

Luiz de Lima Navarro


Há 05 anos, ele fundou a TRUPE CARA & CORAGEM. Esta no Mundo Teatral há mais de 20 anos, quando ingressou no Grupo Natureza, em 1986. Estamos falando do nosso querido Luiz de Lima Navarro. Escritor, Diretor, Ator, Figurinista, Produtor...
Recordista de Prêmios da MOCASPE - Mostra Cabense de Sketes e Poesias Encenadas, Luiz também já deixou sua marca registrada em Grandes Festivais Nacionais, como no Festival de Teatro de Guaçuí, onde a TRUPE CARA & CORAGEM levou vários prêmios.
Com vocês: Luiz de Lima Navarro



Como surgiu essa vontade pelas artes cênica?
Na escola, na igreja ... Sempre procurei me envolver com dramatizações e peças de teatro. Em 1986 entrei no grupo teatral Natureza, passei e aprendi muito no Grupo da Gente – GRUDAGE e há cinco anos fundei a TRUPE CARA & CORAGEM.


MOCASPE sua historia e importância: para você e o Cabo de Santo Agostinho?
Para mim a MOCASPE foi e continua sendo a minha grande escola. Tudo do pouco que eu sei e que pude experimentar eu devo a este evento que aglutina vários talentos da nossa cidade. A partir da mocaspe vários artistas teatreiros se revelaram e outros reafirmaram seu talento. Boa parte da público do nosso teatro, surgiu exatamente da efervescência que a mostra proporciona até hoje.


Quantas peças teatrais você atuou e escreveu? você gosta mais de escrever ou atuar?
Entre MOCASPE e outras produções, acho que escrevi mais de 30 textos e atuei em mais ou menos 15 trabalhos., isso nos meus 22 anos dedicados ao teatro. Sinto o mesmo prazer em escrever, dirigir e atuar, tudo contribui para o meu crescimento como artista e como pessoa.


Existe algum trabalho que vc fez especial, algum que vc tenha gostado mais ? Por que ?
Muitos foram os trabalhos que eu gostei de realizar. Entre eles posso destacar alguns como: O REI DO LIXO, AS BESTAS, AUTO DA COMPADECIDA, O SAPATEIRO DO REI, entre outros.


Conta para os teus admiradores, tuas mais novas conquistas, incluindo as premiações teatrais no Espírito Santo.
Nós que fazemos a Trupe Cara & Coragem, temos um carinho enorme pelo Festival de Teatro de Guaçuí, lá nossos trabalhos ganharam expressão nacional e nossa Cidade hoje não conhece simplesmente Luiz Navarro, mas a Trupe Cara & Coragem. Foram vários prêmios, Atriz para Flávia Lucena, Atriz revelação para Nice Albano, atriz coadjuvante Priscila Almeida, Ator para Neto Portela, direção e texto por três vezes para mim. Ator coadjuvante para Osvaldo Castanha e mais prêmios de sonoplastia, cenário, melhor espetáculo, melhor espetáculo júri popular, entre outros, isso em três participações naquele festival. E em junho estaremos lá novamente se formos classificados.


Sua atuação no auto da compadecida, fala um pouco?
O Auto da Compadecida foi um prazer enorme participar, rodamos o Brasil e pude compartilhar momentos maravilhosos junto com um elenco fantástico e uma produção impecável. Um grande texto de Ariano Suassuna e uma brilhante direção de Marco Camarotti.


Em que você esta focando suas forças atualmente?
Estamos concluindo a produção do nosso mais novo espetáculo de rua chamado ‘ A INCRÍVEL AVENTURA DA SABEDORIA CONTRA O PODER”, e ainda estamos viajando com o espetáculo QUANDO O SOL VEM À JANELA. Agora em maio na Cidade de Lauro de Freitas na Bahia e no segundo semestre estaremos excursionando em Portugal.


Os novos talentos Agostinianos, o que você acha deles?
È um vento que sopra e que é muito bem vindo. Estamos precisando não de renovação, mas de transformação e os jovens que estão aparecendo, me dão a certeza que o movimento teatral do Cabo, ainda tem muito para oferecer.



Espaço aberto ao artista.......

A Trupe Cara & Coragem, no último mês de março, completou cinco anos de Fundação. Por isso gostaria de registrar aqui, todos e todas que são Trupe Cara & Coragem.
Flávia Lucena
Osvaldo Castanha,
Nice Albano
Zé Caetano
Luiz Navarro
Neto Portela
Val Martins
Evânia Copino
Priscila Almeida
Hilquias Oliver
Marcelo Ferreira
Gilson Paz.

Um Grande abraço!
É lindo esse trabalho que você faz.

Luiz Navarro

sábado, 26 de abril de 2008

Jael Oliveira


O Nação Cultural tem a honra de apresentar a maior expressão do Rock local, uma das melhores bandas de Pernambuco. Estamos falando da ELITE NA MIRA, comandada pelo baixista Jael Oliveira e pelo seu fiel escudeiro o vocalista Pajé.
Esta banda tem uma linda historia de amor ao Rock.
O Grupo criado na COHAB subúrbio do Município do Cabo de Santo Agostinho, por pessoas que nasceram e cresceram por aqui, por este motivo, vem cantando ao longo do tempo, contra as diferenças sociais, defendendo a igualdade, apontando ou mirando a elite como a principal responsável por estas diferenças sociais em que vivemos.
Esta banda, que só é lembrada pelos Órgãos de cultura local em época de campanha política, já tem um trabalho sólido, pois onde a ELITE se apresenta, divulga de onde vem e para que veio.
O grupo é bastante conhecido também fora do estado, onde já tocou a convites e em festivais de Rock. Também esta na grande rede mundial, podemos conhecer, escutar e fazer DOWNLOAD de suas Músicas pelo site da banda www.elitenamira.cjb.net ou pelo site terra palco mp3 www.elitenamira.palcomp3.com.br onde estão disponíveis três músicas do novo CD - A SOLUÇÃO (ESTA EM VOCÊ).
Espero que gostem tanto quanto eu desta entrevista, divirtam-se.





Há quanto tempo a ELITE esta NA MIRA ?
Vão fazer dez anos de estrada, de muito rock n´roll e protesto.




Como surgiu a Elite na Mira?
Descendência da primeira banda de rock do Cabo. Acabou “Os Marteladores de Cabeças”, começou A Elite na Mira.




Quais foram as maiores influencias da banda?
A banda do ABC Paulista: “Garotos Podres” e “Os Replicantes”, do Rio Grande do Sul.




Qual foi a maior dificuldade que a Elite na Mira já passou em sua historia?
Essas mudanças de integrantes, é a pior dificuldade mesmo.




Como foi tocar no “Acorda Povo”? (Projeto da Nação Zumbi e Devotos em parceria com o Governo do Estado).
Tocamos numa ótima estrutura, com profissionais muito competentes, e aqui no Cabo, para os cabenses aprenderem como se faz um bom evento. Inesquecível!





Como você vê hoje o movimento das Bandas Locais?
Muito carente! Quase não somos organizados, mas existe uma vontade e uma resistência para fazer crescer o movimento de bandas independentes na cidade. Essa vontade é a nossa esperança de ver um bom movimento musical no Cabo.



Lembro que no começo do Som da Sopa na Rádio Cidade, a Elite na Mira chegou a tocar na programação e fazer alguns shows na capital, o que levou a banda a tocar no “Acorda Povo”, parecia que a coisa estava andando, bem, a pergunta é, o que deu errado ?
O que falta é acreditarem na nossa música, no nosso potencial. Sei que a banda vai continuar porque a proposta da banda tem sentido e força. O Nação Cultural acredita na nossa música.




Hoje quando a Elite na Mira se apresenta no Cabo de Santo Agostinho suas musicas são cantadas pelo publico que gosta e cultua seus hits, como é essa ligação da banda e seu publico?
Espontâneo, tocamos para amigos e verdadeiros roqueiros, eles reconhecem a força do nosso som.




Qual é a mensagem que a banda quer passar com seu novo trabalho “A Solução esta em Você”?
Que acreditem em si mesmos, na capacidade de cada um de melhorar e crescer como ser humano. Desta maneira é que acreditamos numa mudança substancial da sociedade. Essa é a verdadeira REVOLUÇÃO.




Além de serem músicos vocês tem outra profissão?
Temos dois professores na banda, o vocalista Pajé e o baixista Jael. Agora contamos com a força de Samuel, estudante, nas guitarras. Do adolescente Victor, estudante, na bateria. Ambos recém chegados na banda.




Como a Secretaria de Cultura da Cidade esta tratando este seguimento da musica local?
Com descaso! Nunca procuram a gente, ignoram totalmente.




Qual é o apoio que vocês têm recebido da Secretaria de Cultura da Cidade?
Nenhum!•


Como vocês vêm hoje o musico cabenses?
O músico cabense é carente demais, em todos os sentidos. Precisamos nos assumircomo classe e nos organizar para defender essa maravilhosa profissão.




Qual trabalho (CD) vocês mais gostaram de fazer e qual ficou melhor ?
O último é o mais maduro mesmo, mas vamos melhorar nos próximos. Espero!




Que musica a Elite tem que tocar em todos os shows a pedido da galera?
Várias! É bom falar disso. Nosso repertório é alterado em todas as apresentações, porque todos querem ouvir músicas que não havíamos encaixado pra aquela apresentação, é ótimo! Acho que Nosso Bairro, é a mais unânime.




Sobre O Rabi ( Luiz Alves Lacerda )


Quando eu andava pelas ruas históricas de Santo Agostinho, ficava imaginando em cada beco, em cada pedra, como era importante minha cidade.
Embora tenha sofrido com o preço de ruins administrações ao longo dos séculos, não ter evoluído ao longo dos anos, e quase ter exterminado os frutos de gerações passadas, como fortes monumentos e igrejas.
Lenda de cajueiros assombrados, história de túneis com tesouros holandeses, tudo isso enchia minha mente de imaginação, deixando-me ainda mais em busca de novas historias desta cidade que nasci.
E ainda, para complicar meus estudos, o livro de historia mais antigo da minha cidade, segundo informações da atendente da biblioteca municipal, foi roubado. Conheci este LIVRO quase sem querer, em meios a estudos independentes, em busca da minha historia local.
Mais foi aí que tive a sorte e o orgulho de encontrar nessas pesquisas um livro de um historiador que morava ainda na minha cidade, e achei aquilo o MAXIMO do meu descobrimento particular. Orgulhoso, encontrei um senhor que era nascido em Afogados, bairro da Cidade do Recife, e morava a mais de quarenta anos na minha cidade, por amor a sua grandiosa história, que era inspiração para sua pesquisa e paixão.Hoje tenho a honra e o prazer de ter um livro autografado por ele, que um dia me falou que, de todos os livros que escreveu, nenhum foi realmente do jeito desejado, sendo apenas resenhas de seu conhecimento.
Estou falando do RABI (era como eu o chamava), o Historiador Luiz Alves Lacerda.Encontrar aquele senhor sentado no final da tarde em frente a sua casa era uma visão que me alegrava, ele ficava observando, cumprimentando e conversando com seu povo.
Muitas vezes o encontrei e sentei ao seu lado, ficava emocionado ao sentar ao lado de uma pessoa que praticamente dedicou sua vida a estudar a historia do Cabo de Santo Agostinho, e aproveitava para sugar aquela mente cheia de conhecimento e humildade.
Muitas foram ás vezes que ele me incentivava a estudar historia, e dizia que era raro rapazes da minha idade procurá-lo para falar desse assunto, e eu meio sem graça lhe dizia: um dia quem sabe? E foi com ele aprendi tudo que sei sobre a história da minha cidade.Andei seguindo outros rumos, deixando a cidade que nasci e ganhando outros ares, e depois de quase três anos afastado de minha terra, recebi através de um site de encontros de amigos a noticia que no dia 28.12.07 o RABI tinha morrido. Indaguei... Morreu!!!! Como morreu?? Sempre atento e antenado com o que se passa na minha cidade natal, pelos sites e contato com os amigos, não havia lido nada a respeito daquela noticia. Alias... vi sim, só uma noticia falando sobre nosso historiador, em matéria bem simples, nada comparado a grandeza do RABI.
O mais impressionante nisso tudo, é que tem gente morando na minha cidade, que nem ao menos tomou conhecimento que o RABI nos deixou. Então me pus a pensar, como isto pode acontecer? Em um mundo tão globalizado, aonde as informações chegam em questões de segundos de uma lado a outro do continente, esquecemos de olhar para nosso quintal?Corremos tanto atrás de noticias fúteis, preocupados com bobagens alheias e deixamos de valorizar o que realmente nos importa.Precisamos rever nossos conceitos, na verdade, precisamos fazer uma reforma no jeito de educar a nossa população, no acesso as nossas informações.Como podemos esquecer de uma pessoa como o Rabi, Luiz Alves Lacerda, ao ponto de não prestarmos nem sequer uma Homenagem no momento em que ele subiu para junto do Pai.
Diante desta atitude, consigo perceber por que o grande Barreto Junior e o fantástico Manezinho Araújo, ao longo de suas vidas não tiveram suas obras valorizadas pelo nosso povo, mesmo sendo ícones no Brasil, e meros desconhecidos na própria cidade.
Então SALVE Santa Maria de La Consolacíon e seus Ilustres Desconhecidos!!!!!

Domingos Sávio


Nascido:
9/12/73

Onde?
Cabo de Santo Agostinho

O que Faz?
Sou Professor da Teoria da musica, solfejo.
Dou aula de clarinete e saxofone na Escola de Música José Ladislau Pimentel, atividade que ocupa meu maior tempo. Paralelo a isso, eu ainda estou vinculado à banda 15 de novembro cabense há 17 anos, estou coordenando o Coral e Orquestra Fantasia da Juventude Lírica e ainda com um projeto antigo, que foi retomado há quatro anos atrás, que é Orquestra de Metais Pernambucanos, com propósito de fazer musica inerente ao carnaval.

Filho de quem?
Meu pai é Cícero Ângelo da Silva, nascido e criado em Maraial Pernambuco.Trabalhou duro trabalhou na cana, passou bicho, vendeu jogo, enfim, de tudo ele fez de forma digna e honesta para que eu esteja aqui hoje, sempre de cabeça erguida.
Minha mãe é Marina Francisca dos Santos Silva, nascida na zona rural do Cabo de Santo Agostinho, foi professora primaria, lesionou durante vinte e cinco anos, dos quais tive a oportunidade de passar dois como aluno, na minha primeira e na segunda série primária.

Fale um pouco de Dona Anita.
Anita Santos de Melo, Autora do Hino do Cabo, minha Tia. Na década de setenta, havia uns programas de auditório, programas produzidos em Recife, e que envolviam a área cultural metropolitana da Mata Sul e Mata Norte. Em um desses programas intitulado “Meu Bairro é o Maior”, as cidades eram convidadas a apresentar o que elas tinham de melhor no canto da musica, da arte, da dança, enfim, e o Cabo vinha apresentando um desempenho muito bom, esse desempenho seria ameaçado pela inexistência de um Hino da Cidade.
As cidades concorrentes tinham hino para apresentarem e a cidade do cabo ainda não tinha hino. Anita Santos preocupada com essa situação, caiu em campo e mobilizou-se, levantou dados, e pesquisou e para a elaboração de um hino.
Essa idéia, provocou a produção de um concurso, que acabou findando com um êxito, por um poema feito por ela, acompanhado da musica feita pelo Tenente Costa, “CHICO COSTA” e também conhecido por Chico do Trombone, que também era clarinetista.
O hino do Cabo ele tem um fio condutor e ele ressalta as virtudes da cidade, principalmente do seu aspecto geográfico, ele fala das belezas das praias, ele já fala do potencial de Suape, e também o traço que o cabense enxerga de uma forma particular, que é o fato das terras do Cabo de Santo Agostinho terem sido visitadas por espanhóis antes mesmo do descobrimento oficial do Brasil.Segundo dados históricos, em 26 de Janeiro de 1500, o navegador Vicent Ianes Pizón, teria aportado no Cabo de Santo Agostinho, o que os portugueses só vieram a fazer em Porto Seguro em 22 de Abril de 1500.
Esses mesmos portugueses, acabaram chegando ao Cabo só em 28 de Agosto desse mesmo ano, por isso o nome de Cabo de Santo Agostinho, é que era dia do Santo em Portugal.
Pelo os espanhóis, o nome escolhido foi Santa Maria de Lá Consolación, mais como prevaleceu a descoberta pelos portugueses ficou estabelecido o do Santo do Dia.
Como você adquiriu o gosto pela musica?
Eu acho que foi muito natural, eu tenho uma formação católica, e quando criança, eu acompanhava a procissão com os meus pais, e confesso aqui, que a banda atraiu mais minha atenção do que o andor, de forma que eu sempre acompanhei a procissão juntinho da banda, e foi ai, que comecei ter a atenção roubada pelos solos de clarineta utilizadas nas marchas religiosas.

Qual a importância da Escola de Musica do Cabo pra você hoje?
A escola de Música do Cabo, é o equipamento mais importante que agente tem na cidade hoje, que serve de suporte para o desenvolvimento da nossa cultura, especificamente da arte musical. Apesar da fragilidade de limitação da escola, ela vem a trinta e um anos desempenhando um papel extremamente relevante, nós enquanto escola de musica temos ex aluno em bandas no Distrito federal, Rio de Janeiro, na banda do Corpo de Bombeiros de Maceió, Orquestra Sinfônica de Aracaju, na banda Sinfônica da Cidade do Recife e outros. Enfim, os resultados produzidos por essa escola já ultrapassam os limites do estado.

Qual a importância da Filarmônica 15 de Novembro Cabense ?
A Filarmônica é a mãe dessa vertente musical, relacionada a instrumentos de sopro, a cultura musical de banda. Até onde se tem registro, surgiu em 1888, a partir de uma idéia de Epitácio Pessoa, que era seresteiro e boêmio. Aquele mesmo Epitácio que foi Presidente da República. Ele era promotor da comarca do Cabo, e ele lançou a idéia de criar uma banda de Musica que teve inicio em 03 de Setembro de 1888, inclusive era uma visão extremamente arrochada para a época, porque eles idealizavam fundir grêmio literário, escola de couro, banda de musica e ainda disponibilizar uma biblioteca para os sócios e amigos. Depois de alguns anos, esse projeto começou a apresentar dificuldades em virtudes da discriminação racial, alguns conservadores não aceitavam o fato de NEGROS fazerem parte da diretoria, e isso levou a um racha e essa atividade parou por vários anos. Então surgiu novamente em 1914, onde alguns dissidentes resolverão re-organizar a banda de musica, e é por isso que agente tem Filarmônica 15 de Novembro Cabense essa é de 1914.

O Frevo é uma paixão?
É, e não tem proprietário, convido a todos os músicos a participarem e a beberem dessa fonte, dessa paixão.

Miro Oliveira: o que ele representou para o Cabo de Santo Agostinho e Pernambuco?
Miro não é um daqueles compositores que se conta suas composições nos dedos, Miro deixou um legado enorme, e injustamente pouco conhecido e pouco explorado. Esta é uma das coisas que esta na minha caminhada, divulgar este legado, para se fazer um pouco mais de justiça a obra de Miro Oliveira.

Conte-nos um pouco da sua Historia como Músico?
Bom........o Cabo tem uma escola de música bem no centro da cidade, e todo mundo que passa, acaba de alguma forma tendo sua atenção chamada para um iniciante, um jovem soprando um instrumento lá dentro. Instrumentos musicais mexem com a as pessoas, e quando você vê crianças e jovens soprando, isso parece que tem um fascínio bem maior. Aos treze anos de idade, eu já estava cansado, não acreditava mais que minha mãe ia me matricular na escola de musica , ocorreu que meu desempenho na escola normal não estava tão bem nessa fase. Minha acreditava que me matriculando na escola de musica, esse desempenho iria se torna pior, mas eu acabei forçando a barra, e ela me matriculou, e pra supressa dela meu desempenho mudou totalmente, depois do meu vínculo com a escola. Essa mesma escola, que oferece ainda hoje um curso muito simplório e superficial com duração de quatro anos. Terminado esses quatros anos, eu segui o impulso da minha irmã mais velha, de fazer licenciatura em musica. Ela acabou dando essa dica por que eu já estava totalmente envolvido, depois desses quatro anos de curso, eu já fazia arranjo para vários instrumentos para participar da missa, e tocava em casamento, e já estava com a mão na massa, estava desenvolvendo mesmo de forma simplória, uma habilidade como arranjador, como líder de grupo e acabei encarando a idéia da licenciatura. Obtive êxito no vestibular, e tive a oportunidade de conhecer um leque muito mais amplo de disciplinas, tomei gosto pelo magistério em musica, e continuo até hoje. O frevo acaba entrando ai, como elemento natural e inevitável, já que o Brasil tem um dos grandes gêneros musicais autenticamente seu, um é o choro o outro é o Frevo. O músico brasileiro que não navegar por nenhuma dessas águas, ele não começou ainda, e ai eu passei também por essa face do chorinho, eu digo fase, mais é uma coisa que fica, e o frevo por ser muito mais forte aqui, acaba amarrando a gente de uma maneira muito interessante. Em 1996, eu já tinha tocado em orquestra de amigos, toquei na Orquestra do Maestro Nunes, que era um dos poucos contratantes de orquestra que incorporava a clarineta ao seu grupo em geral, já que as orquestras de frevo , elas reuniam instrumentos que tem potencial sonoro maior. Em 1997, eu arrematei o meu pessoal e montei um arquivo, e formei minha primeira orquestra de metais, que devido as dificuldades não fincou. Voltei a tocar no Recife, dessa vez, pela Orquestra de Frevo de Bloco Cordas e Retalhos por dois anos, e em seguida dei inicio ao um projeto novo no Cabo de Santo Agostinho, uma Orquestra para frevo de Bloco, e ai surgi “Coral e Orquestra Fantasia da Juventude Lírica”.


Fantasia da Juventude Lírica.
Coral e Orquestra Fantasia da Juventude Lírica, surgiu de necessidade que nós tínhamos, um momento bem particular, havia um Coral Municipal, do outro lado a Filarmônica, e tinha uma “garotada” na Escola de Música também no arfã de fazer coisas diferentes. Juntamos alguns amigos, abraçamos o frevo de bloco, e já estamos há sete anos, com algumas renovações que não conseguimos evitar, até porque chega um ponto que cada um faz seu caminho, mas a Juventude continua viva e fazendo a sua maneira o frevo de bloco.


Você é contra ou a favor do “Jabá”?
Radicalmente contra, a arte tem que ser apreciada e não comprada e vendida. O “Jabá” funciona como uma venda aos olhos do grande público, porque vai ser vinculado, por porque tem alguém bancado, então o pequeno compositor, o pequeno artista, embora tem uma bagagem de qualidade, se não tiver alguém que banque seu produto, não vai se torna conhecido, e lógico não vai ser vendido, então isso é crime. Sou radicalmente contra e isso tem que ser mudado.Não tem como falar em escolha ou em desenvolvimento cultural, com esse entrave absurdo, que é mantido por trás de uma cortina. A mídia não discute o jabá porque será ? Resumindo o “Jabá” tem que acabar, para que haja uma discussão de democratização dos meios de comunicação.

Sintia Alves


Nome: Sintia Cristina Alves da Silva.



Onde nasceu ? Ribeirão/PE.



Filha de: Maria auxiliadora e Mauricio Alves.



Data de Nascimento: 1984.




Como começou seu interesse pelas artes?
Começou desde cedo, começou com pintura, desenhando em casa. Eu achava interessante, bonito, logo em seguida eu entrei no Pro Cuca, projeto que trabalhava arte e educação nas escolas, com 13 anos de idade. Depois, comecei a fazer teatro, comecei a me envolver e entrei no Pro Cuca como oficineira fazendo um trabalho de artes plástica.




Você lamenta o fim do Pro Cuca??
Com certeza, pois foi um projeto pioneiro no Cabo de Santo Agostinho, trabalhando arte e educação, e que era muito importante na formação de cidadãos.




E o teatro??
O teatro surgiu através do contato com algumas pessoas como Evânia e Edmilson. Estava rolando uma oficina com o grupo Luz e Sombra, foi aí que eu me inscrevi comecei a participar. Depois eu fiquei mais próxima de Vidgal e participamos de uma MOCASPE – Mostra Cabense de Sketes e Poesias Encenadas, chamada de “UM BUCADO DE TE E DE MIM”. Um monologo bastante premiado.




Até então você atuava? E como foi que surgiu o interesse de criar?
Bem, como eu estava muito perto de Vidgal, e ele tinha essa necessidade de artes plástica, eu acabei me envolvendo, já que sou artista plástica, e como amigo acabamos fazendo várias parcerias. Logo em seguida veio um trabalho com Edes di Oliveira, na peça “NAS VORAGENS DO PEGADO”. E agora com o espetáculo “O CAVALO QUE DEVECAVA DINHEIRO” , que também estou atuando e faço a direção de arte em geral.A pintura é uma paixão Sntia?Minha vida gira em torno da pintura, eu acordo respirando pintura, vivo pensando em pintura, e acho muito importante esse contato com as artes. Participei da ultima exposição na Aeronáutica, há dois anos atrás e fui classificada, como melhor pintura de Pernambuco, e ganhei um prêmio. Antes disso, fiz uma exposição individual, que foi “UM OLHAR SOBRE A JANELA”. Procuro sempre buscar elementos novos na minha pintura, e uma delas é a reciclagem, acho muito importante trabalhar a reciclagem com a pintura, buscando uma inovação.




Quais são as dificuldades que você tem pra realizar uma exposição ?
É mais a questão técnica, não existe um espaço no município adequado para você expor seu trabalho, um lugar que tenha segurança, qualidade e conforto, e financeira também, já que não existe um apoio nessa área. Temos aqui no Cabo de Santo Agostinho, um espaço chamado “Mercado de Farinha”, que é o Mercado das Artes, só que ele não suporta uma exposição maior, seria um espaço mais voltado para quem esta começando, e ele também não oferece uma estrutura compatível com uma boa galeria.




Como você se sente não tendo um local adequado para expor seu trabalho, na cidade onde mora?
Frustrada... Por que tenho necessidade, vontade, mais não tenho apoio.




É aí que o teatro entra ? Como um apoio?
Ajuda sim , por que o teatro é mais fácil, o teatro não depende muito dessa coisa física, é mais seu trabalho de ator, você vai e faz, seja na rua , seja no palco.Fala um pouco do “CAVALO QUE DEFECAVA DINHEIRO”.O espetáculo é parte de uma literatura de cordel, de Leandro Gomes de Barros, com direção de Ednilson Oliveira, direção musical de Osvaldo Costa e a direção de arte é minha. O figurino é uma homenagem a xilogravura, ele é trabalhado em material cru, tecido cru, algodão e estopa, e quando eu falo nessa homenagem a xilogravura, é pela estética dele, ele é contornado preto com viés, é um figurino que lembra muito aqueles bonecos de barros de Caruaru, aqueles formatos meio geométricos, algo naquela linha. Este figurino é o resultado de uma pesquisa de mais de três meses, nós assistimos filmes , lemos revistas, sentamos e discutimos pra chegar a esse resultado. No espetáculo, eu faço duas personagens, que é a mulher do pobre e a mulher do Duque, e faço a manipulação de um boneco gigante.




Projetos futuros?
O grupo “Os Caboêtas” pretende fazer novos Episódios de Cordel, de outros artistas, inclusive de Flávio Alves. Ele lançou duas literaturas de cordel, e esta em processo de lançamento de outras. Pretendemos fazer um trabalho também voltado as empresas com literatura de cordel para a área de prevenção de segurança do trabalho, usando a literatura de cordel pra conscientizar.

Edes Di Oliveira


O primeiro espetáculo que ele assistiu foi O Sapateiro do Rei, no antigo SESI do Cabo em 1979. Espetáculo foi montado pelo TAC ( Teatro Amador do Cabo ) onde seu irmão Edinaldo de Oliveira participava do elenco. Dez anos depois, numa homenagem a este mesmo espetáculo, lá estava ele, só que desta vez atuando, junto com seus três irmãos Ednilson Oliveira e Edson Oliveira no elenco e Edinaldo Oliveira na Direção.Estamos falando de Edes de Oliveira, Ator e Diretor, nosso entrevistado deste mês.Suas participações no teatro foram muitas, começando pela MOCASPE, com diversas atuações e premiações, alias foi justamente nesta mostra de teatro, legitimamente Agostiniana, que Edes de Oliveira se deu ao prazer de experimentar, como ator e diretor.Atualmente, ele participa do Espetáculo A cegonha Boa de Bico, em Arcoverde/PE, que já lhe rendeu o premio de MELHOR ATOR, no Festival Janeiro de Grandes Espetáculos em Recife/PE, este ano.




Como começou sua historia com o teatro?
Meu inicio no teatro, vou começar em 1979 eu tinha apenas 7 anos e meu irmão mais velho Ednaldo, participava do espetáculo do TAC - Teatro de amadores do Cabo “O Sapateiro do Rei” foi o primeiro espetáculo que eu vi, achei muito legal, só não tinha muito o que pensar já que era a primeira vez e era muito novo, então em 82 Ednaldo e Francisco montaram o Grupo da Gente “GRUDAGE” de inicio meu outro irmão Edinilson entrou no grupo, Ednaldo não gostou muito, depois outro irmão Edson, Ednaldo e Edinilson não gostarão, e depois em 89 eu entrei, e Ednaldo, Ednilson e Edson não gostarão, foi muita resistência dos irmão mas eu tava afim mesmo, então montamos pelo GRUDAGE “O Sapateiro do rei” em comemoração aos dez anos da montagem anterior, hoje só Edinilson que é produtor e eu continuamos nessa árdua caminhadas nas artes Cênicas.



Que trabalho foi o mais marcante que você participou?
Todos marcam nossa caminha, e o da vez, por estar nos consumindo no momento e nossas atenções estão voltadas para ele, mas destaco todos que participei, cada um teve a importância devida, “O Sapateiro do Rei” (GRUDAGE) minha estréia, os primeiros festivais, O Enigma de Cid (GRUDAGE), meu primeiro prêmio de Ator, foi em Arcoverde no FESTARC, As Bestas (Cia Théspis de Repertório), teve um particular, meu primeiro espetáculo adulto, viajamos muito com esse espetáculo, ficamos 5 anos apresentando, meu primeiro prêmio Ator adulto em Anápolis GO. Folgazões e Foliões, Foliões e Folgazões (Mamulengo Só Riso), Quadrilha, Um romance sertanejo (Troupernas de Pau e Teatro), Nas Voragens do Pecado (GRUDAGE) e hoje “Cegonha Boa de Bico” (Troupe Espantalho) que estreamos em outubro de 2006 participamos agora do Janeiro de Grandes Espetáculos ganhamos 5 premio entre eles eu como Ator infantil.


Onde você esta trabalhando hoje?
Depois de muita peleja no Cabo de Santo Agostinho, vim fazer um trabalho em Arcoverde cidade que já vinha paquerando há muito tempo, onde já tinha feito alguns trabalhos, todos espetáculo que participei já se apresentaram aqui, nesse tempo abriu vaga para professor de teatro no SESC unidade Arcoverde, fiz a seleção passei e estou aqui vai fazer três anos.


Porque a saída da sua cidade? Os motivos???
Vários, acho que o mais forte foi a relação que nós artistas, principalmente artistas que querem realmente viver de sua arte de sua PROFISSÃO, a relação com o governo municipal estava gastada, alias muito desgastada, com isso a relação do movimento cultural também fica desgastada, justamente o que nossos governantes querem a desestabilização do movimento dos grupos e das pessoas, LOGO PORQUE O CABO NUNCA TEVE UM GOVERNO DIGNO, tudo é balela, as pessoas que se envolvem nas administrações públicas só querem seu salário no final do mês, e o resto é resto, esta ai o mercadão que não me deixa mentir. Diante disso tudo fui procurar novos horizontes e achei.


MOCASPE (mostra Cabense de Sketes e Poesia Encenada) de quantas você participou?
Conta tua historia neste festival local. Participei de quase todos, de início relutei um pouco, achava que não era o modelo propicio para o movimento, não participei do primeiro, mas fui lá comprovar, o primeiro foi um dos mais fracos, mas sai encantado e fissura em fazer alguma coisa no próximo, e no segundo estava eu lá com três, um com Adão Veras (Folhas Rasgadas) outra eu e Flávio Alves (O Mendigo ou o Cão Morto) e (Meu Psicanalista se parece comigo) com Totô Santos e Adonis D’iordigues e Múcio Vilela fez a coreografia, foi um dos Sketes que mais gostei de fazer, marcou muito, a forma que ele foi concebido foi muito legal, ganhamos destaque de 1º Espetáculo, Direção. Outros também, poderia destacar (Apareceu a Margarida) (Trindade) (Abortai) (Anjos) e por ultimo no 10º MOCASPE (Plenos Pecados) com Jaciara Marques (Destaque Atriz) e (Plenos Pecados) que se destacou com quase todos os outros Prêmios.


Qual foi ou é a importância desse festival para o município do Cabo de Santo Agostinho?
Para cidade, parece não ser nada, mas muito significativo para o público que lotava as cansadas dependências do Teatro Barreto Jr. Que vibrava na premiação como se fosse o Oscar do Teatro Cabense, e que até hoje ainda cobra a mostra quando nos encontra. E muito significativo para os artistas que participavam sabendo aproveitar a oportunidade, ganhar era sim um incentivo, mas o mais importante eram as experiências que aconteciam naquele teatro que quase não da pra acontecer nada, mas o que se via era coisas absurdas, como conseguíamos aquelas proezas, aquelas transformações, parece inacreditável, até mesmo de um Skete pra outro o que se via era realmente uma transformação, destaque para Luiz de Lima Navarro que sabia fazer isso com maestria, Jailson Vidigal, Edson Oliveira.


Fala sobre o espetáculo “Cegonha Boa de Bico” da Troupe Espantalho.
A Cegonha tem sido um presente na minha existência, foi muito difícil a construção, pessoas novas, grupo novo, problemas novos e soluções novas, passamos um bom tempo estudando o texto, música, fazendo oficinas de circo, foi uma grande preparação, porque também não tínhamos dinheiro para produção, então mandamos para FUNARTE, FUNCULTURA, primeiro a funarte não saiu, decepção mais depois sai funcultura e funarte tínhamos ficado com suplente e saiu também, mandamos Caravana também da Funarte e ganhamos também, fizemos estréia e temporada em Arcoverde, Janeiro de Grandes Espetáculo, ganhamos cinco prêmios o melhor ator infantil pra mim, estamos em temporada no Recife (Armazém 14) e estamos percorrendo quatro cidades da Paraíba e Rio Grande do Norte, e esperando novas propostas. É um espetáculo muito bonito, a platéia tem adorado, muitos elogios, todos precisam ver.


Alguma apresentação para o sul ou sudeste do país?
Infelizmente até agora não, mas quem sabe????


Como foi crescer no meio de irmãos talentosos como os seus e qual foi sua influencia em casa?
Uma loucura, primeiro eles não queriam que eu fizesse teatro, tentaram horrores e não conseguiram, depois já estávamos juntos na estrada, com O Sapateiro éramos os três no elenco e Ednaldo dirigindo, depois em O Enigma de Cid usávamos o mesmo figurino a mesma maquiagem era uma loucura pra distingui quem era quem, e ainda depois nos Fenatecas da vida e Mocaspes, foi muito legal, e hoje ta melhor ainda.


Qual a diferença do movimento teatral do cabo de santo Agostinho e o de Arcoverde?
Acho que nenhuma, a maior diferença é que talvez a distancia da Capital, e Arcoverde se tratar de uma cidade pequena.


Fala de algumas das suas direções no teatro?
Pra falar em direção, tem que falar em Mocaspe, que não são espetáculos, são sketes, mas dentre elas, gosto muito de TRINDADE, acho muito provocante e particular aquele modo de encenação, e o melhor de tudo foi ter ganho o destaque do júri popular, achei o dez, quando dirigia jamais pensava, que o povo ia gostar, entender, ou talvez não entenderam e fizeram de conta pra não passar por burro! Era muito surreal, aquela mulher se desmanchando no palco, o parto a morte do filho, até hoje não admito não ter ganhado direção e ator naquela Mocaspe, acho a maior injustiça da mostra, gostei muito do Meu Psicanalista se Parece comigo, porque foi construído em conjunto, Eu, Múcio, Adornis e Totô, foi bem diferente e emocionante, isso entre outros, em espetáculo Nas Voragens do Pecado, mim provou que tudo pode e que já posso dirigir sem medo de ser feliz.